sábado, 16 de julho de 2011

um sábado, uma pauta triste

Hoje é dia de plantão. Mas não daqueles monótonos, que passam despercebidos. Hoje fui enviada para uma pautinha  teoricamente simples e rápida. Ir lá, pegar alguns depoimentos sobre uma decisão judicial e só.  Simples na apuração, na hora de escrever. E foi mesmo.  Mas ainda agora, no final do dia, nos últimos minutos de plantão de sábado, ainda reflito sobre o que vi pela manhã.

Amanhã, o acidente com o voo JJ 3054 completa 4 anos. Hoje, familiares e amigos das 199 vítimas se reuniram no Centro de SP, para assitir a uma missa na Catedral da Sé. Há quatro anos ouvimos histórias sobre esta tragédia, que é a maior da aviação brasileira. Lembrei-me bem da semana do dia 17 de julho de 2007, quando vi na Globo, lá da minha casa, em Barra Mansa, a notícia do acidente e a história de uma pai que havia encontrado a câmera fotografica da filha no nos destroços do avião. Paula voltada do Sul com o namorado. Uma moça loira, jovem, 24 anos, bonita. A história me marcou.

Mas dor mesmo, de nó na gargante, eu senti quando cheguei à praça da Sé e fui entrevistar alguns familiares.  Entrei na igreja, coloquei o bloco de lado, e por alguns minutos, deixei a função de repórter de lado e só rezei pelos familiares que ainda guardam no olhar uma ferida aberta e uma superação quase impossível.

Me surpreendi com o que senti porque sempre ouvi li e ouvi sobre este acidente. No início do ano mesmo entrevistei o Eduardo, o irmão de uma vítima, para uma reportagem sobre luto e superação. Normal.
Mas ver de perto as fotos das vítimas, tantas jovens, e encontrar com seus familiares foi real de mais. Perto demais. Triste demais.

A matéria é quase uma nota desse dia. Daqui a pouco sairá da home do Estadaão.com. O jornal de amanhã, será esquecido bem depois de amanhã. Mas nunca vou esquecer do olhar do Sr. Archeval Xavier, pai que da Paula, a moça jovem cuja história me sensibilizou há 4 anos e hoje voltou a me provocar nó na garganta,  Minha vontade, ao entrevista-lo, era pedir licença  e  dar-lhe um abraço. Não sendo possível, rezei mais uma vez.

Que venha a segunda-feira, e que a editoria Revista me dê de presente uma pauta bem feliz!








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