domingo, 10 de abril de 2011

Minha primeira meditação...

Ando ansiosa. Com a respiração rápida, suspiros profundos - às vezes molhados, se é que me entendem- testa franzida, olhando para o nada, distraída com meus devaneios. Anseios à parte, por causa desse comportamento, que já está passando - ufa!-, ando pensando o quanto não valeria a pena eu começar a meditar. Na verdade, já fiz uma vez, movida por uma entrevista com a icônica Monja Coen Sensei. E nesta semana, lembrei muito desse dia...


O convite partiu gentilmente de Coen, quando a convidei para a tal entrevista. Ela pediu que, antes, eu fosse a uma palestra sua e também na meditação para principiantes. Aceitei. Por motivos de mudanças na pauta nossa conversa foi adiada, mas não minha visita.


Era um domingo quente em janeiro desse ano quando saí de casa aqui em SP para a comunidade budista no bairro do Pacaembu. O namorado, companheiro de aventuras turísticas por aqui -, movido por sua conhecida curiosidade, me acompanhou. De blusa 'podrinha', um calça  legging preta e, no pé, uma rasteirinha, parti animada. Primeiro erramos o endereço enganados pelo clichê da aparência budista. Rs.  Por coincidência, o casarão com cara de templo era uma empresa de contabilidade. O templo, uma casinha singela ao lado. Rimos.


No local certo fomos convidados a entrar, fizemos nossa colaboração espontânea e trocamos os sapatos pelas sandálias havaianas cedidas por uma monja. Aos poucos os iniciantes - alguns mais experientes, outros pela primeira vez, como eu - iam chegando. Cerca de 40 pessoas - muito mais do que a organização esperava. Seria o clima de início de ano?


Seguimos para os fundos da casa e, num quintal, nos acomodamos em cadeiras para receber as orientações da coordenadora. Aprendemos a postura correta, as posições, sobre o silêncio e o que é a meditação Zanzen. Sempre achei que meditar era não pensar em nada. No caso da zanzen, o foco é sim num pensamento, apenas no presente. Mais difícil ainda, descobriria eu 40 minutos depois.


 
as mãos ficam assim na meditação zazen. como se segurasse uma folha de seda

Em fila, fomos para dentro do templo. Na porta reverenciamos o altar, entramos com o pé direito, sentamos - uns em baquetas, outros em almofadas. Eu, como não estava preparada para a posição de lótus, fui de banquinho. De olhos entreabertos, olhando para a parade, ouvi o primeiro sino soar. Após 25 minutos, tivemos um intervalo de cinco  andando pela sala me círculos - ainda com os olhos entreabertos e com as mãos na mesma posição acima. Depois, mais 25 minutos. Como foi difícil. Pensava no passado, num futuro próximo, num futuro distante, se o namorado estava ficando bravo, rs. Os desenhos na parede formavam forma, insetos posavam. E nada de concentração no presente.


Ao final, já não sentia as pernas. Na mesma sala, os monges nos explicaram sobre a meditação. Todos colocaram suas dificuldades. Descobri que não era a única. "É assim mesmo", disse a coordenadora -  que não era uma monja. E agora penso em começar novamente.


Aí, na semana passada, li no Facebook do Monje Ryosan, da comunidade da Monja Coen, que conheci em uma entrevista:  "Se você tem uma boa meditação, precisa continuar. Se você tem uma meditação ruim, precisa continuar(...) e com apreço. (...) O apreço vem depois". Desde então tenho pensado muito nessa questão de continuar com positividade, mesmo quando o desânimo bate. Faço isso muito bem, mas, às vezes,  me distraio.

E essa frase também faz todo sentido para quem medita pela primeira vez....a minha foi longe de ser zen, mas, agora, penso mesmo em continuar, continuar...



Uma semana zen para todos!
.

Um comentário:

Humberto disse...

No começo é dificil mesmo. O segredo é colocar uma música leve e focar o pensamento em uma coisa só: na própria música, na sua respiração, ou no preto que você deve ter na cabeça. Quando pensar em algo, imagine uma tela preta no lugar. E se concentre na respiração. Aos poucos os pensamentos vão sumir e você não vai ouvir nada além do mundo exterior.
Hhmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm

Related Posts with Thumbnails